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O que há de normal no "novo normal"?

  • Foto do escritor: Camila Scarpati Dias
    Camila Scarpati Dias
  • 7 de jul. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 8 de jul. de 2020

Um legado que a pandemia de COVID-19 já deixou foram novas palavras e termos no vocabulário, um dos mais populares é o tal “novo normal”.


Quanto tempo é necessário para que o normal seja substituído pelo “novo normal”?

Chamar de "novo normal", faz ser normal?

E o antigo normal? Onde foi parar?

Substitui-lo faz com que paremos de deseja-lo?

A expectativa que a linguagem traz é de simplificação, inventa-se uma expressão, e espera-se que ela faça o trabalho de normalizar o estranho. E o pior, autoriza a cobrança que esse "novo normal" entre na moda.


No entanto, é muito pedir que com três meses de isolamento e mudanças bruscas em todos os aspectos da viva, seja privada, social ou profissional, as pessoas vistam a capa da nova normalidade e vivam suas vidas como se não houvesse um vírus que não se enxerga, para o qual não há vacina, e nem prevenção mais efetiva que a famigerada manutenção do isolamento social.


Isso não quer dizer que as pessoas não possam fazer o seu melhor para viver em meio a adversidade, se adaptando às novas formas de trabalho e também à higienização das compras. Ou ainda que busquem combinar a máscara com a roupa, e vivam da melhor maneira que puderem nos eventos feitos por vídeo chamada. Cada um dá encontra seu caminho para lidar com uma realidade tão dura e com tanta mudanças.


Mas isso não significa que precisem achar a adversidade normal. Ainda que nos adaptemos, é adverso, é estranho, e tudo bem ser.


O ser humano não é uma máquina como tanto queriam e até pensam alguns, onde basta mudar uma configuração, para que funcione de novas maneiras.

Não, não funcionamos assim. Temos limites, e precisamos tê-los e sabe-los.


O primeiro passo para lidar com os limites impostos pela situação vivida é reconhece-los.

Não adianta nega-los, eles existem, estão postos. Diante dessas limitações, nosso tempo nos convoca não que abracemos à força um estranho travestido de “novo normal”, mas sim, que reconheçamos sua estranheza, e a partir desse reconhecimento façamos o possível.


Fazer o possível em meio à uma adversidade é muito, mas é possível.

Fazer de uma pandemia, de uma ameaça real, normal, isso sim, é impossível.

 
 
 

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